Fado
Fado
Ref.: FA190

ANTHOLOGIE 1950 - 1999

Ref.: FA190

Direction Artistique : ARMANDO MARTINS STRAUSS

Label : Frémeaux & Associés

Durée totale de l'œuvre : 1 heures 50 minutes

Nbre. CD : 2

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Présentation

Ce coffret présente un panorama du fado de la deuxième moitié du XXè siècle. Véritable blues empreint de latinité, le fado est l'identité de l'émotion culturelle portugaise. Armando Martins, fondateur du label Strauss, présente en 2 CD accompagné d'un livret de 32 pages (Français, Portuguais, Anglais) l'histoire du Fado contemporain..
Patrick Frémeaux

Droits audio et masterisation : Frémeaux & Associés - Os salvadores da arca perdida.

Les ouvrages sonores de Frémeaux & Associés sont produits par les meilleurs spécialistes, bénéficient d’une restauration analogique et numérique reconnue dans le monde entier, font l’objet d’un livret explicatif en langue française et d’un certificat de garantie. La marque Frémeaux & Associés a obtenu plus de 800 distinctions pour son travail muséographique de sauvegarde et de diffusion du patrimoine sonore.

This album, issued by the world-famous publishers, Frémeaux & Associés, has been restored using the latest technological methods. An explanatory booklet of liner notes in English and a guarantee are included.



LISBOA E O TEJO - MARIA AMANDA . A VIELA - MANUEL CARDOSO MENEZES . MEU BAIRRO ALTO - ANA ROSMANINHO . VOCACAO FADISTA - MARIA AMELIA . SUGESTAO - NAPOLEAO AMORIM . VALSA - GUITARRADA (COIMBRA) . O MEU ROSARIO - MARIA LEOPOLDINA DA GUIA . CAIS DO DESENCONTRO - NORBERTO MARTINHO . QUELA QUE TE AMOU - ROSA DE JESUS . ALTA RODA - JULIO DA SILVA RIBEIRO . ESPERANCA MORTA - CAROLINA TAVARES . FADO RECORDADO - DOM HEITOR DE VILHENA . COISAS DO NOSSO AMOR - MARIA ARMANDA . CAMA VAZIA - MANUEL FRIAS . TRES VOZES - MARIA DILAR . BAILADO DO FADO - GUITARRADA (LISBOA) . PARTIR E MORRER UM POUCO - MARIA LEOPOLDINA DA GUIA . NA IMENSADAO ALENTEJANA - JOAO CASANOVA . SOMOS AMOR - MARIA DILAR . AMOR E FADO - NORBERTO MARTINHO . MEU NOME DE LAMENTO - CAROLINA TAVARES . ULTIMA CORRIDA EM SALVATERRA - MANUEL CARDOSO MENEZES . FADISTA DE RACA - MARIA AMELIA . UM FADISTA JA CANSADO - MANUEL DOMINGOS . MALVA-ROSA - ANA ROSMANINHO . MELODIA N°2 - GUITARRADAS (COIMBRA) . SANTA CLARA - NAPOLEAO AMORIM . CIDADE - MARIA ARMANDA . LENDA DE OFIR - DOM HEITOR DE VILHENA . DOIS IMPOSSIVEIS - CAROLINA TAVARES . REQUIEM POR UM MORGADO - JOAO CASANOVA . PINTADINHO - ROSA DE JESUS . RAPSODIA POPULAR - GUITARRADAS (LISBOA) . NAO SEI QUE NOME DAS AO MEU AMOR - MARIA DILAR . FORA DE PORTAS - CARLOS CASEIRO . NOVO FADO DE ALCOCHETE - MARIA LEOPOLDINA DA GUIA.

Presse
PORQUE A MEMÓRIA DE UM POVO NÃO É NECESSARIAMENTE POPULAR… Entrevista com Patrick Frémeaux por Claude Ribouillault para Trad Magazine (100o número, Março 2005) Éprovável que tenha visto alguma das caixas de discos produzidas por Frémeaux & Associés. Cada uma constitui um livro de referência sobre um capítulo da cultura musical, histórica e/ou geográfica. Em Patrick Frémeaux encontrámos um visionário construtivo que, tijolo após tijolo, construiu à sua maneira o que deve ser considerado um monumento à cultura audio. Uma companhia… e uma vocação cultural No seu todo, as caixas produzidas pela Frémeaux & Associés situam-se, em relação à sua concepção global, no campo de um trabalho genuinamente editorial. A selecção de alguns produtos recai na escolha, a de outros depende da oportunidade. Obtém-se assim um corpus com uma coerência total, que poderia constituir uma memória colectiva, uma herança auditiva, musical e falada para a humanidade. Ou seja que, perante cada novo trabalho, a equipa pondera a sua viabilidade dentro do projecto de publicações. O produto é assim apresentado, comercial e fundamentalmente, como uma colecção da qual já constam bastantes items. [Comercial e fundamentalmente, o efeito de colecção aparece, por definição, com grande parte dos items propostos]. O catálogo – uns 800 discos – é substancial para um gerente/fundador de 38 anos, e mais de 20 anos da companhia… A Frémeaux & Associés vende à volta de um milhão de discos anualmente, mas se alguns albuns vendem vários milhares por ano,outros quase não atingem os 400 em dez anos… Patrick Frémeaux tem precisado de uma espécie de fé profundamente enraizada para impôr nas lojas este tipo de produto – caixas de um ou vários CDs com um livrinho detalhado, contendo música, histórias, canções,discursos, romances… E esta fé continua bem viva.Textos, discursos, música… As fontes utilizadas são numerosas – colecções fonográficas, gravações públicas ou privadas. O banco de dados do I.N.A (Biblioteca Francesa de Obras Audiovisuais) é um exemplo, e, como tal, é da maior importância do ponto de vista social, societal, cultural e musicológico. Na verdade, a palavra falada e os discursos ocupam tanto espaço nas produções da Frémeaux como a própria música. L’Etranger de Camus lido por Camus ou as gravações históricas de Celine, os discursos do General de Gaulle, a Contre histoire de la Philosophie de Michel Onfray (200,000 discos vendidos!) oferecem uma abordagem sensorial diferente de textos e pensamento. Remonta à nossa infância, aos contos, à vivência oral em geral. Há uma percepção renovada do veículo de transmissão dos textos, do conhecimento e da emoção. Não obstante, a música popular (e não só “popular”) tem um lugar fundamental no catálogo. A companhia começou com uma caixa de discos, O Acordeão Vol. 1, co-publicada com a Discothèque des Halles, a primeira “Biblioteca da Cidade de Paris”. A história musicológica e popular da capital que foi o ponto de foco. A ideia original nessa caixa dedicada ao acordeão era a de apresentá-la como poderiam ter sido apresentados o Samba no Rio de Janeiro ou o Tango em Buenos Aires. O êxito foi imediato, muito importante, a tal ponto que todas as grandes companhias fizeram também, uns anos mais tarde, pelo menos uma compilação sobre o tema. Em todo o caso, foi esta iniciativa que lançou a Frémeaux & Associés. Depois, as produções aumentaram naturalmente na companhia de Frémeaux, persistindo ainda a vontade de defender primeiro as culturas que não podem defender-se. Por exemplo, nos Estados Unidos, por muito estranho que possa parecer, a história do disco americano não está tratada pelos próprios americanos, apesar da existência de algumas colecções notáveis (Smithsonian Institute, Alan Lomax…). “Não é”, diz Patrick Frémeaux, “um país de história, especialmente da história mais recente. Com numerosos trabalhos e temas colocámo-nos inesperadamente no ‘número um’ das vendas nos EUA… Graças tanto a alguns pesquisadores que se associaram a nós, como a coleccionadores, tem sido possível produzir volumes documentados. Com efeito, todas as nossas caixas vêm acompanhadas de livrinhos, ferramentas documentais críticas, que pretendem ser estudos genuínos de temas ou de pontos de vista originais.” Em toda a parte, a música tradicional e a popular precisam de ser melhor “informadas” e conhecidas, melhor compreendidas nas suas raízes, nas suas influências e nas suas evoluções… A teoria da difusão de música pelos caminhos fluviais do mundo Em termos gerais, historicamente, os média só começaram a preocupar-se com a “música do mundo” – como novos lançamentos para os expositores – nos anos 1980, com Johnny Clegg e Sawuka, por exemplo. Mas o movimento de descoberta e distribuição das músicas tradicional e popular é tão velho como o homem. Sobre isto, Patrick Frémeaux tem uma teoria interessante: “Demo-nos conta de que”, explica, “do ponto de vista histórico, a fusão entre culturas se iniciou sobretudo com o advento do transporte marítimo. Assim, podemos ligar a música do Samba do Brazil, do Son de Cuba, do Béguine de Fort-de-France, do Jazz de Nova Orleães, ao negócio triangular de escravos nos séculos XVII e XVIII. Esse negócio iniciou-se num porto europeu, com rota por África para comprar seres humanos futuros escravos, a troco de adornos baratos de vidro, tecidos, fitas… Esses homens eram então levados para as Antilhas ou para a América para serem vendidos. Produtos exóticos (fruta, especiarias, fibras, tintas para tingir tecidos…) foram trazidos e revendidos de novo em Bordéus, Guiana e outros lugares. Os portos estão obviamente na raíz de todos os casos de desenvolvimento musical original, onde as culturas africanas permanecem vivas. Há sempre, como noutras regiões colonizadas, ou no Fado em Lisboa, a base de uma mistura musical que não é uma invenção recente.” Nas caixas “Country” da Frémeaux, o tema é ilustrado de forma complementar. É fácil verificar, por exemplo, que a música dos anos 1930 e 1940 reutiliza as melodias – adequando o texto (histórias de cowboys ou de pioneiros) – da música tradicional irlandesa ou até melodias da corte britânica ou dos salões dos séculos XVIe XVII (como aquelas cantadas pelos irmãos Deller). O cantor de Will this cowboy come back from beyond the plains? retoma de novo o tema de Will this sailor, lost beyond the seas, see his homeland again?… Veículos como a voz, a harmónica – o instrumento mais fácil de levar num bolso – o bandoneon dos marinheiros alemães… disseminaram estruturas textuais e musicais pelos portos do mundo, seguindo as rotas utilizadas pelos vários exploradores. Então a Europa recusou o exotismo musical “Por outro lado”, continua Patrick Frémeaux, “a música hawaiana era tocada em Berlim nos anos 1930, assim como o eram o Béguine ou o Tango em Paris… Mas, com a Segunda Guerra Mundial, sobretudo por razões ideológicas ou racistas, estas misturas de músicas desapareceram rapidamente. A única música de ‘fusão’ que teve êxito na altura, embora fosse criticada, foi o Jazz. E foram necessárias várias décadas para que a criatividade de toda a música urbana e mista fosse ouvida de novo e reconhecida, e que lhe fosse dado um estatuto que a incluísse, através das nossas produções e das de outras etiquetas, numa discografia e na história da música do século XX. Até há pouco mais de 30 anos, essa história estava limitada a um caminho que levava de Wagner até Boulez e a Stockhausen, adicionando umas poucas e relativamente menosprezadas tradições de canções e danças urbanas de Paris. A criatividade reconhecida no Jazz não foi reconhecida ou apreciada noutras formas de música.” Com efeito, até ao Tango na altura só outorgavam o direito de ser chamado “entretenimento exótico”, “musette d’alémmar”, e, tal como a musette, sem nenhuma realidade musicológica admitida. O novo estatuto do Tango é um fenómeno muito mais recente. Devolvendo a estes tipos de Música o seu Valor Original No entanto, as formas de música que puderam ser escritas (um factor de reconhecimento para as academias) – e mesmo que não pudessem! – têm uma qualidade intrínseca, do ponto de vista musicológico, que é inegável, que as torna fascinantes, mas que passou despercebida durante muito tempo. “Esta é uma das consequências ignoradas”, continua Patrick Frémeaux, “do trauma da Segunda Guerra Mundial, que abafou a música urbana mista dos anos entre as Guerras, um momento de triunfo da música das Antilhas em Paris, por exemplo.” Uma das motivações da Frémeaux & Associés é precisamente voltar a essas fundações, a esses períodos de realização, para colmatar o vazio do seu desaparecimento no pós-Guerra e recriar uma ligação. O objectivo é o de dar relevo a uma riqueza que se justifica plenamente hoje em dia. O mesmo acontece com as tradições ciganas – ao seguir o seu percurso desde Saintes-Maries-de-la-Mer até lugares tão distantes como a Andaluzia, encontram-se de novo melodias, harmonias. “Alguns dos nossos volumes”, especifica Patrick Frémeaux, “tomam esta teoria como base.” O projecto da Música Tradicional de França!… …A França tem sido permanentemente um berço que enriqueceu as suas próprias tradições. O “popular” e o “tradicional” estão interligados. Por causa de um relativo complexo de superioridade dos intelectuais franceses, o folklore (no verdadeiro sentido anglosaxónico) tem sido afastado da cultura própriamente dita por muito tempo. É natural que uma abordagem suficientemente científica possa efectuar uma mudança neste estatuto algo negativo. É para um tal passo que esta colecção, que noutros campos está virada para um público mais amplo, tenciona dar o seu contributo…” Uma produção para todos Patrick Frémeaux tenta definir o que motiva a sua acção de publicar mais extensivamente. “O público interessante que gostaríamos de ter seria o intelectual, aberto, trans-disciplinar e entenderia o aspecto trans-cultural. Um tal público deve representar 10-20% do público total. O resto do público está obviamente ligado à sua cultura, mas é mais motivado por uma ligação nostálgica ao passado do que a uma vontade de partilhar, trocar, comparar e entender as coisas historicamente… As pessoas que vestem uniformes da Primeira Guerra Mundial, os especialistas nas civilizações indianas, aqueles que salvam uma igreja românica, que se desbruçam sobre manuscritos, que coleccionam discos velhos… mantêm o património. Deve aceitar-se que os ouvintes de música folk tenham uma competência enorme que não leva necessariamente a uma visão dinâmica trans-cultural. Assim, os que ouvem e executam a música folk provavelmente consituem uma sociedade real, mas à-parte e às vezes um pouco rígida. É mais fácil para o editor da Frémeaux & Associés ter um ponto de vista mais amplo. No entanto, a pessoa que, intelectualmente, perceberia ou gostaria de tudo, não existe… As pessoas têm as suas áreas de preferência. Tomemos como exemplo o que motiva o público alvo. As obras completas de Django Reinhardt produzidas pela Frémeaux & Associés inserem-se num Jazz europeu, não americano. Toda esta herança cigana e de tradição oriental que é generosa e mista participa no nosso ideal intelectual. Estas caixas de discos vendem-se, regra geral, a pessoas que entendem o conteúdo de uma forma literal. Portanto, a pergunta é se continuarão a ter saída ao só interessarem a um pequeno grupo de académicos… Quanto a coisas muito antigas, noto que conseguimos manter um alto nível de vendas junto de um público cuja faixa etária não tem nada em comum com esses tipos de música ou esses testemunhos falados. É encorajador.” Mantendo produtos no catálogo Um disco normalmente fica disponível unicamente durante dois anos. A característica da Frémeaux & Associés, e, segundo Patrick Frémeaux, a verdadeira aposta sob o ponto de vista económico, é precisamente o oposto. Nunca reduz a gama disponível. O fundador insiste: “Sempre promovemos incansavalmente a colecção (que para nós constrói gradualmente um todo), num catálogo anual a cores, e na Internet. Além disso, tudo está calculado para que possamos continuar a disponibilizar os nossos produtos, mesmo que as vendas sejam muito baixas. Por exemplo, calculamos as coisas de forma a que haja mais plástico do que cartão no álbum. Como consequência, podemos fabricar de novo em quantidades pequenas. Assim, qualquer vendedor de livros ou discos em qualquer parte do mundo pode encomendar um disco à nossa companhia e ter a certeza de que está disponível. A nossa filosofia é definitivamente a de ter a nossa produção disponível ao público. Esta atitude é a base económica e financeira da organização da companhia.” Patrick Frémeaux conclui: “Estimular curiosidade e trazer as pessoas de volta às genuínas experiências emocionais das suas raízes, ou às de outras: esse é o nosso objectivo. Mas é também realizar o ideal utópico de André Malraux, dar vida ao “Musée imaginaire”, a catalogue raisonné do património audio de todas as expressões artísticas e intelectuais. O propósito é de disponibilizar para toda a gente esta enorme herança colectiva; Patrick Frémeaux é um dos seus modestos bibliotecários!” Tradução : Ivan e Susana MOODY
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Reprenant ici une sélection d’enregistrements du fameux catalogue portugais Strauss spécialisé dans le fado, l’éditeur Frémeaux & Associés (en échange de la distribution par Strauss de son propre catalogue au Portugal), produit une énième anthologie de très bonne qualité, qui fait pour ainsi dire suite au disque, chez le même éditeur, intitulé Fado, Lisboa-Coimbra, 1926-1931.Se succèdent ici, en majorité sur accompagnement de viloa (guitare classique) et guitare portugaise (luth en forme de cœur, origine Coimbra ou Lisbonne), la voix déchirante de chanteurs et chanteuses quelquefois peu connus : priorité a été donnée au « sentiment » même du fado passant par ses interprètes-là, au travers de leurs enregistrements. Et cela ne fait pas mentir la réputation du fado : dans ses accents dramatiques, ses aspects à la fois populaires et historiques, il s’agit bien là du fameux blues du Portugal, que les interprètes font vivre en chantant les yeux mi-clos, dans une concentration souvent douloureuse. Pour une fois, on aurait apprécié un livret plus précis, comprenant par exemple des indications élémentaires sur chaque interprète, et les dates des enregistrements…Par Dominique FENIES – ECOUTER VOIR
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Le fameux fado tel qu’il s’est développé dans la seconde moitié du siècle. Un panorama que Frémeaux réalise grâce à la collaboration du label portugais Strauss. Spécialiste du fado, ce catalogue a édité une impressionnante collection dédiée au genre. Frémeaux a alors décidé en commun accord avec Armando Martins créateur de Strauss, d’éditer une anthologie en double CD. L’intérêt est multiple. On est à la source, Martins écrit une notice très intéressante sur le fado, il connaît la matière et les interprètes. Enfin, ceux-ci nous font sortir de la poignée de grands noms, souvent excellents, toujours resservis (qu’ils s’agissent des anciennes chanteuses ou de celles d’aujourd’hui). On découvre d’autres noms, de superbes voix et d’excellentes guitares. RÉPERTOIRE
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Après un très intéressant recueil de fados enregistrés pour le 78-tours entre 1926 et 1931 et rassemblés par l’ethnomusicologue Henri Leconte, le label Frémeaux ouvre ses portes à un catalogue portugais, celui de la société Strauss, fondée en 1982 par Armando Martins. On doit à ce dernier une sélection de fados enregistrés entre 1955 et 1999. L’auditeur y trouvera un juste équilibre entre l’âpreté des documents historiques du premier recueil et les interprétations qui ont vu se braquer sur elles les feux de l’actualité contemporaine. Si celles-ci ont pu satisfaire le public de nos salles de concert, elles ont aussi pu laisser sur sa faim l’habitué des retiros de Lisbonne comme la clientèle des petits et grands restaurants. Interprétations plus brutes et plus professionnelles alternent, et on a l’impression d’arpenter les rues de la capitale portugaise en poussant les portes. En fonction de ses goûts, l’auditeur s’arrêtera là où bon lui semblera, comparera les générations et les styles, parfois sur des interprétations distinctes d’un même titre, parfois même sur des textes différents chantés sur un même timbre. (…) Franck BERGEROT – LE MONDE DE LA MUSIQUE
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« (...) En bref, voici un florilège fort bien construit, fort bien mastérisé, sur la plus belle période, jusque-là scandaleusement défavorisée par les éditeurs de compacts, d’une des plus grandes chanteuses de jazz. » Jean-Pierre JACKSON - REPERTOIRE  (Recommandé par Répertoire)
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Liste des titres
  • Piste
    Titre
    Artiste principal
    Auteur
    Durée
    Enregistré en
  • 1
    LISBOA E O TEIO
    ARMANDA MARIA
    MARIO RAINHO
    00:02:45
    1995
  • 2
    A VIELA
    CARDOSO MENEZES
    G P DA ROSA
    00:03:46
    1997
  • 3
    MEU BAIRRO ALTO
    ANA ROSMANINHO
    FREDERICO DE BRITO
    00:03:00
    1971
  • 4
    VOCACAO FADISTA
    MARIA AMELIA
    MANUEL DOS SANTOS
    00:03:42
    1971
  • 5
    SUGESTAO
    NAPOLEAO AMORIM
    FELISBERTO FERREIRINHA
    00:04:00
    1972
  • 6
    VALSA (COIMBRA)
    GUITARRADA
    A ANDIAS
    00:02:50
    1973
  • 7
    O MEU ROSARIO
    DA GUIA
    D R
    00:03:15
    1996
  • 8
    CAIS DO DESENCONTRO
    NORBERTO MARTINHO
    FERNANDO LITO
    00:03:05
    1971
  • 9
    AQUELA QUE TE AMOU
    ROSA DE JESUS
    D R
    00:02:16
    1971
  • 10
    ALTA RODA
    JULIO DA SILVA RIBEIRO
    JOSE ANTONIO SABROSA
    00:03:13
    1970
  • 11
    ESPERANCA MORTA
    HECKEL TAVARES
    MARIA DE LOURDES DE CARVALHO
    00:02:06
    1997
  • 12
    FADO RECORDADO
    HEITOR DE VILHENA
    CARLOS ALBERTA FRANCA
    00:03:43
    1973
  • 13
    COISAS DI NOSSO AMOR
    ARMANDA MARIA
    MARIO RAINHO
    00:02:07
    1995
  • 14
    CAMA VAZIA
    MANUEL FRIA
    IMAGINARIO JOAO
    00:03:03
    1971
  • 15
    TRES VOZES
    MARIA DILAR
    MARIA DE LOURDES DE CARVALHO
    00:02:36
    1997
  • 16
    BAILADO DO FADO GUITARRADA (LISBOA)
    GUITARRADA
    CARVALHINHO
    00:03:01
    1971
  • 17
    PARTIR E MORRER UM POUCO
    DA GUIA
    ANTONIO SANTOS
    00:02:25
    1996
  • 18
    NA IMENSIDAO ALENTEJANA
    JOAO CASANOVA
    AMERICO PATELA
    00:02:37
    1970
  • Piste
    Titre
    Artiste principal
    Auteur
    Durée
    Enregistré en
  • 1
    SOMOS AMOR
    MARIA DILAR
    CARLOS MACEDO
    00:03:42
    1997
  • 2
    AMOR E FADO
    NORBERTO MARTINHO
    VICTOR LOPES
    00:02:34
    1972
  • 3
    MEU NOME DE LAMENTO
    HECKEL TAVARES
    JAIME SANTOS
    00:02:41
    1997
  • 4
    ULTIMA CORRIDA EM SALVATERRA
    CARDOSO MENEZES
    D R
    00:04:24
    1998
  • 5
    FADISTA DE RACA
    MARIA AMELIA
    MANUEL DOS SANTOS
    00:02:08
    1971
  • 6
    UM FADISTA JA CANSADO
    MANUEL DOMINGOS
    CARLOS CONDE
    00:03:08
    1971
  • 7
    MALVA ROSA
    ANA ROSMANINHO
    A ANDIAS
    00:02:07
    1971
  • 8
    MELODIA N 2 GUITARRADAS (COIMBRA)
    NAPOLEAO AMORIM
    A ANDIAS
    00:02:03
    1971
  • 9
    SANTA CLARA
    NAPOLEAO AMORIM
    ANGELO ARAUJO
    00:04:36
    1971
  • 10
    A CIDADE
    ARMANDA MARIA
    ARY DOS SANTOS
    00:03:57
    1995
  • 11
    LENDA DE OFIR
    HEITOR DE VILHENA
    JOSE ANTONIO SABROSA
    00:03:30
    1972
  • 12
    DOIS IMPOSSIVEIS
    HECKEL TAVARES
    MARIA DE LOURDES DE CARVALHO
    00:02:50
    1997
  • 13
    REQUIEM POR UM MORGADO
    JOAO CASANOVA
    JOAO DIAS
    00:03:04
    1972
  • 14
    PINTADINHO
    ROSA DE JESUS
    POPULAR
    00:03:16
    1970
  • 15
    RAPSODIA POPULAR GUITARRADAS (LISBOA)
    MARIA DILAR
    CARVALHINHO
    00:05:27
    1970
  • 16
    NAO SEI QUE NOME DAS AO MEU AMOR
    MARIA DILAR
    MIGUEL RAMOS
    00:02:26
    1997
  • 17
    FORA DE PORTAS
    CARLOS CASEIRO
    MARIA PIEDADA DA CONCEICAO
    00:01:45
    1970
  • 18
    NOVO FADO DE ALCOCHETE
    DA GUIA
    LEOPOLDINA DA GUIA
    00:02:53
    1996
Livret

FADO 1950-1999 FA 190

FADO 
1950-1999    

Strauss

“Strauss” est fondé en 1982 par Armando Martins qui développe et administre sa maison d’éditions musicales de telle manière qu’elle devient l’une des plus prestigieuses tant au niveau national qu’international.En 1989, grâce à l’acquisition du patrimoine exceptionnel réuni par la maison d’édition “Sasseti”, la société “Strauss” crée la collection Strauss palavras (Strauss paroles) fondée sur les enregistrements des “Cantores de Abril” (les chanteurs de la révolution des œillets du mois d’avril 1974) par lesquels la maison Sassetti permit aux plus grands noms de la littérature et des arts portugais de s’exprimer (interviews, discours, poésies,…).Mais c’est par le Fado, expression lisboète par excellence que Armando Martins donne à Strauss (collection Strauss Fado) son plein épanouissement, liant par une même passion l’histoire de “Strauss” et l’histoire du Fado, de ses compo­siteurs, auteurs et interprètes, et, confirme ainsi “Strauss” dans sa position de bastion défendant une musique inhérente à la culture portugaise.Pour défendre son catalogue de producteur indépendant, “Strauss” ouvre ses propres magasins, lui permettant d’être en contact direct avec son auditoire portugais.Avec 13 espaces de vente à ce jour, “Strauss” est devenu un défenseur de la culture de son pays et assure dans le même temps la distribution portugaise du catalogue Frémeaux & Associés. Convaincu par la beauté du catalogue Strauss, Frémeaux & Associés a décidé de réaliser cette anthologie du Fado contemporain pour lui assurer une commercialisation internationale.
FADO : UN PEU D’HISTOIRE ET QUELQUE CHOSE DE PLUS
C’est au 12e siècle, à la Cour dupremier roi du Portugal - Don Afonso Henriques - que remonte le goût pour les arts et les lettres. La prégnante influence de l’Europe des chevaliers et des troubadours allait amener aussi le Portugal à fonder sa propre école de poésie et à forger la structure initiale de sa littérature nationale. C’est à cette époque que naissent les “chansó” qui avaient pour thème les sujets les plus variés mais qui parlaient surtout de la Cour et des Dames et qui représentaient l’idéal des nobles chevaliers. Le “chansó” - le genre de chanson le plus classique - était articulé autour de “tornada”, aujourd’hui appelé “refrain” soit un vers qui se répète à la fin de chaque strophe (ex : CD plage 1 et 3 ou CD 2 plage 1).La soldatesque avait également ses chansons avec ses thèmes propres : le  “sir­vente” On y décrivait les coutumes de l’époque ou l’exaltation de ses maîtres. Un jour,  les soldats se firent aussi marins et ils virent apparaitre les mers, les horizons et ils eurent à raconter les épopées,  les distances,  les absences. La saudade avait alors trouvé sa place définitive dans le cœur lusitanien.Aujourd’hui encore, le fado décrit, infati­gablement, les us et coutumes du peuple des faubourgs. On n’y parle plus de maîtres mais, amoureux, concret ou abstrait,  le fado chante les pierres,  les coins de rue, les ruelles, les nuits, les drames et bonheurs de la lumière et de l’ombre.   Ce sont des histoires de courses de taureaux, des romances de fadistes ou de chevaliers émérites. C’est le “Fado descriptif” (CD 1 plages 2, 3, 12,18 et CD 2 plages 4, 6, 10, 11, 17, 18).
Nous attirons particulièrement l’attention sur le thème 12 du CD 1 où se revivent encore les plus récents “Pregões de Lisboa” (les formules criées des petits métiers de Lisbonne). Il existe encore d’autres genres ancrés dans nos coutumes et arrivés jusqu’à nos jours. Il y a, par exemple, les “Contenses” et les “Tourneyments” qu’aujourd’hui nous appelons “Desgaradas”. Ce sont des chansons en vers improvisés dans lesquelles les participants se lancent un défi en des termes et à des moments qui échappent souvent à l’auditoire bien que celui-ci puisse aussi y participer.Les “Desgarradas” sont plutôt utilisés dans les “Retiros” de “Fado vadio” ou Fado amateur, le Fado chanté gracieusement par dévotion et passion.Le “Plang” était une chanson de lamentation : soit “cantiga de amigo” (chanson d’ami) le plus souvent dirigée de la femme vers l’homme (CD 1 plages 7, 9, 11, 13, 15, 17 et  CD 2 plages 1, 3, 12, 16) ou alors “Cantigas de amor” (chanson d’amour) chanté par l’homme sur la femme (CD 1 plages 5, 8, 10, 14 et CD 2 plage 2). Il y avait aussi les “Cantigas de Escarnio e Mal-Dizer” (Chansons de moquerie et médisance) (CD 2 plage 13).Comme le portugais est un peuple universa-liste et pratique se mélangeant aux populations qu’il croise,  il était normal que son chant assimile les “Mornas”, les “Lunduns”, “les Modinhas”, etc, dans un mélange qui, enrichissant le fil conducteur du sentiment lusitanien (lui aussi d’origine provençale et marqué au long des siècles par la langueur arabe) le conduise à la réalisation de la structure poético-musicale qui caractérise le fado à la fin du 19e siècle. Le fado est passé tout au long des temps par des périodes bien distinctes. Il a habité des quartiers marginalisés et des maisons de fréquentations douteuses.
Il a été confronté à l’oppression et à l’injustice  (CD 2 plage 13). Ses poètes populaires, dans un langage simple,  ont toujours été les hérauts en “beco escuro ” (ruelles sombres)  pour dénoncer persécutions et amours illicites .Il a fréquenté les salons de la noblesse où il a été apprécié comme quelque chose d’exotique. Toutefois, cette proximité était loin d’être bénéfique pour les deux parties. Certains allaient retrouver l’âme qui leur avait donné l’origine et, les autres, prenant leurs responsabilités,  dessinant son espace,  mettant d’aplomb ses habits,  commencèrent à exiger un autre savoir. Le fado recrute alors d’autres poètes comme Camões, Florbela, David…Défendu avec un chauvinisme ardent soit par Lisbonne - Fado de Lisboa - soit par Coimbra (Cité universitaire) avec son Fado dos Estudantes de Coimbra (CD 1 plage 5, CD 2 plage 9), le fado garde après huit siècles ses racines. Fidèle au sentiment du peuple, il quitte le folklore pour devenir expression nationale.Nous ne sommes pas historiens, nous souhaitons seulement apporter une petite contribution pour que le Portugal et le fado soient mieux connus. Aujourd’hui encore, les thèses, les opinions et les débats ne sont pas épuisés. C’est pour cela que le fado est vivant.Dans ces deux disques, nous avons cherché à exprimer les sentiments où passe et vit le fado : femmes et hommes, amateurs et professionnels de différentes classes sociales et d’éducation diverse, dans un studio ou en direct, dans un parcours d’enregistrements dont les compositions ont un recul de plus de cinquante ans.Nous sommes sûrs qu’une même manière de sentir a accompagné la gestation portugaise depuis la naissance de son identité, avec plus ou moins d’influences dans les rythmes et dans les chants et  qui  continue à être présente.Personne au monde ne saura mieux connaitre, sentir ou décrire la saudade d’un fado qu’un portugais.
AMBIANCES, INTERPRÈTES ET STYLES
Le peuple dit, dans sa singulière sagesse : “n’est pas fadiste qui veut mais celui qui est né fadista”.  Le “Fadista”, c’est l’interprète du fado qui chante avec l’âme, indépendamment de son origine territoriale, de son sexe ou de son âge (CD 1 plage 5) On sait combien est particulière cette forme de chant et combien de  “panache” (“raça”) est demandé à un ou une interprète jusqu’à ce qu’on puisse les appeler,  avec fierté d’esprit de clocher, “Fadista de raça”.Les grands fadistas ont toujours existé dans le fado. Je crois même qu’ils sont toujours en symbiose avec les époques et ambiances où ils ont vécu.Depuis Maria Cesária et Severa (mère et fille, dans la première moitié du 19e siècle) jusqu’à nos jours (Amalia Rodrigues), nombreux étaient les noms féminins et masculins, arrivés des grandes villes du littoral ou de l’intérieur des terres,  des villages, des îles, qui ont enthousiasmé avec leurs poèmes érudits ou populaires, dans un message transcendant, notre âme lusitanienne et nomade .On attend de la fadista qu’elle étale avec ostentation son châle noir, frangé de trois pointes, sur les épaules. Qu’elle utilise l’expression du visage et le mouvement des mains pour souligner la dramaticité des mots ou éclairer  le sens subjectif  et  intentionnel des thèmes (photo 1).  De l’interprète masculin, on exige très peu.  Autrefois,  ils avaient pour habitude de chanter le fado les deux mains dans les poches du pantalon dans une attitude provocatrice ou dominatrice (photo 2). Aujourd’hui, cette façon de faire est tombée en désuétude et a donné place à une autre pratique d’ailleurs également valable pour les interprètes féminines : placer les mains sur les épaules des musiciens accompagnateurs pour, par de petites pressions de la pointe des doigts, donner des signes sur les arrêts, les avancées du rythme ou sur la pulsation adoptée (photo 3).
Toutefois, une chose est sûre, à de rares exceptions prés, tous les “Fadistas ” chantent les yeux mi-clos, dans une concentration, parfois douloureuse, qui nous amène à conclure que le fado est avant tout une manière de sentir.Aujourd’hui, tous les types de fado - chantés par des professionnels ou par des amateurs - ont un lieu propre où être écoutés. Ce sont les “Retiros” (endroits retirés et solitaires), les restaurants “Tpicos” ou les “Casas de Fado“ (Maisons du Fado) qui dans leur grande majorité fonctionnent comme des restaurants de catégorie supérieure.Ajusté au chant, la guitare portugaise (luth portugais en forme de cœur !) dont le son, intimement complice de l’interprète, fait que ceux qui les écoutent ne savent pas définir ce que réellement ils sentent (photo 4). S’analysent aussi avec passion les sonorités qu’on attribua au Fado de Lisboa (CD 1 plages 16 et CD 2 plage 15) et le “Fado de Coimbra”  (CD 1 plage 6 et CD 2  plage 8). Accompagnant la guitare portugaise, la viola (guitare classique) est toujours présente. Les ensembles musicaux pour l’accompagnement du Fado sont normalement composés d’une première et d’une deuxième guitare portugaise, d’une viola et d’une viola basse. Toutefois, à cette formation, on peut ajouter ou non d’autres instruments comme l’acordéon, le saxophone, la clarinette, etc... Et plus actuel encore, le Fado est accompagné de nos jours par de grands orchestres.
En termes de construction musicale, on peut dire que le Fado a très peu évolué, car traditionnellement, il maintient la rêgle qu’une même composition peut servir à des auteurs divers. C’est pour ce motif qu’il est fréquent d’entendre l’interprète demander aux musiciens le thème (exemple : Fado Mouraria, Fado Proença, Fado Corrido, etc…) et chanter sur la base d’un poème différent de l’original.On ne peut pas dire la même chose des poètes. Pendant très longtemps, c’est vrai, ils se sont coulés dans la métrique imposée (quatrains simples, sixains, alexandrins…) mais, à présent, la forme poétique est plus libre et la nouvelle génération de compositeurs, sans fuir la ligne mélodique du Fado traditionnel, a su évoluer.Nous avons sélectionné poètes,  musiciens et interprètes de plusieurs générations. Voix de tous timbres, formes et émotions qui, chantant  la même mélodie sur des poèmes différents,  montrent ce que nous appelons le “estilo” (le style) (CD 1 plage 11, 13, CD 2 plages 11, 14). Chaque interprète crée sa “manière de dire” et l’alliant à la parole dans le contour mélodique de son intime expression du “sentir”, il/elle nous donne une juste mesure de son accomplissement. Le style donne la valeur et définit un et une “Fadista”. Aujourd’hui comme hier - et toujours - le Fado contient en soi tout le sentiment d’un peuple pour qui l’horizon est aussi infini et immatériel que son esprit.
Silence, nous allons écouter le Fado.
Adaptation française : Teca Calazans et Philippe Lesage d’après le texte de Maria de Lourdes DeCarvalho.
© FRÉMEAUX & ASSOCIÉS/GROUPE FRÉMEAUX COLOMBINI SA, 2000
english notes
STRAUSS
‘Strauss’ was founded in 1982 by Armando Martins who henceforth developed his music publishing company leading it to be reputed on both national and international levels.In 1989, ‘Strauss’ acquired the exceptional patrimony of the publishing company ‘Sassetti’, and consequently created the collection Strauss palavras based on the recordings of the ‘Cantores de Abril’ (the singers of the 1974 revolution) in which ‘Sassetti’ had given the biggest names in literature and Portuguese arts the oppor­tunity to express themselves by means of interviews, speeches, poetry, etc.However, ‘Strauss’ truly excelled in its collection entitled Strauss Fado which was dedicated to fado, the form of expression from Lisbon, and which enforced its strong position in the defence of this musical genre which represents the Portuguese culture.In order to maintain  its status of independent producers, ‘Strauss’ has opened its own stores, and can thus establish direct contact with the Portuguese clientele.  To this day, ‘Strauss’ has 13 selling points, defending the culture of its country and also dealing with the distribution in Portugal of Frémeaux & Associés’ products.  Impressed by the beauty of the ‘Strauss’ catalogue, Frémeaux & Associés has decided to produce this anthology of contemporary fado for the international market.
FADO - Some History And A Little More
The love of arts goes back to the 12th century, in the court of Portugal’s first king - Don Afonso Henriques.  The knights and troubadours from Europe were to influence Portugal encouraging the country to found its own school of poetry and work on its own national literature.  From this period sprang the ‘chanso’ which treated a variety of subjects but which mainly spoke of the Court and the ideal ladies in the eyes of the noble knights.  The ‘chanso’, being the most classic form of song, turned around the ‘tornada’, or chorus - lyrics repeated after each verse. (eg. CD tracks 1 and 3 and CD2 track 1).The soldiers also had their songs with their own themes : the ‘sirvente’.  Customs of the era were described as was praise for the masters.  Then one day, the soldiers also became sailors and consequently seas and horizons appeared and their tales included distances and absence.Today, fado continues to tirelessly describe the ways and customs of those living in the suburbs. It no longer speaks of masters but sings of stones, street corners, alleys, night-time and the happy and sad moments of life.  There are tales of bull-racing and romance.  It is the ‘descriptive fado’ (CD 1 tracks 2, 3, 12, 18 and CD2 tracks 4,6, 10, 11, 17, 18).We would particularly like to call your attention to theme 12 on CD1 where we may appreciate the more recent ‘Pregoes de Lisboa’ (developed by Lisbon’s small traders). 
Other genres rooted in our traditions which have survived to this day include the ‘Contenses’ and the ‘Tourneyments’ which are now known as ‘Desgaradas’.  These are songs with improvised wording.  The ‘Desgaradas’ are more often used in the ‘Retiros’ of ‘Fado vadio’, the amateur fado, fado sung with devotion and passion.The ‘Plang’ is a song of lament : either a ‘cantiga de amigo’ (song of friendship), more often with a woman addressing a man (CD1 tracks 7, 9, 11, 13, 15, 17 and CD2 tracks 1, 3, 12, 16) or ‘cantigas de amor’ (love songs) where a man sings of a woman (CD1 tracks 5, 8, 10, 14 and CD2 track 2).  There were also the ‘cantigas de Escarnio e Mal-Dizer’ (songs of mockery and slander).The Portuguese people are universalist and practical, mingling with the other nationalities they may encounter.  It is therefore normal that their songs assimilated traits of the ‘Mornas’, the ‘Lunduns’, the ‘Modinhas’ etc. in a manner which enriched their Lusitanian character  (one trait being the Arab languor) leading them to the creation of the poetical and musical structure which marked fado at the end of the 19th century.  During its history, fado went through distinctive periods.  It lived in marginal districts and badly frequented houses.  It came across oppression and injustice (CD2 track 13). 
Its popular poets, using simple language, have always been the heralds of the ‘beco escuro’ (dark alleys) to inform of persecution or illicit love affairs.It has ventured into the homes of nobility where it was considered as exotic.  However, this proximity was not always advantageous.  Some people began to search further.  Then fado took on other poets such as Camoes, Florbela and David.It is strongly defended by Lisbon, the ‘Fado de Lisboa’, and by Coimbra (the university campus) with its ‘Fado dos Estudantes de Coimbra’ (CD1 track 5, CD2 track 9) and still retains its roots eight centuries later.  It faithfully relates the feelings of the people and has stepped out of the realms of folklore to become a form of national expression.We do not pretend to be historians, but simply wish to add a little something to help reveal the colours of Portugal and fado.  Still today, the theses, opinions and debates continue.  All this contributes to the life and continuity of fado.In these two discs, we attempt to express the feelings behind fado and discover where it thrives.  We find women and men, amateurs and professionals of varying social classes and with different degrees of education.  There are live and studio recordings of compositions all written at least fifty years ago.We are certain that the same feelings have always flowed through fado ever since its beginnings.  However, only someone of Portuguese birth can truly know, feel or describe the saudade of a fado.
ATMOSPHERE, INTERPRETERS AND STYLES
The people wisely say that it is not sufficient to want to sing fado, one has to be a ‘Fadista’ at birth.  The ‘Fadista’ is the interpreter of the fado who sings with his soul, independently of his origins, sex or age (CD1 track 5).Great ‘fadistas’ have always existed in fado.  Ever since Maria Cesaria and Severa (mother and daughter in the first half of the 19th century) until now (Amalia Rodrigues), numerous men and women have come from large seaside towns or from inland regions, from villages or from islands to enthusiastically reveal their Lusitanian and nomadic soul through their erudite or popular poems.The ‘fadista’ is expected to ostentatiously throw a black shawl over the shoulders.  She must use facial expression and hand gestures to highlight the importance of words or to help explain the subjective and intentional sense of the theme.  Less is expected of a male interpreter.  Before, men tended to sing fado with both hands in their trouser pockets thus appearing provocative or domineering.  Nowadays, this is no longer done but instead men (and women alike) place their hands on the shoulders of accompanying musicians and using slight pressure of their fingers, indicate when pauses or a faster pace is needed.One thing is certain - almost all ‘fadistas’ sing with their eyes half-closed and with such concentration that one may conclude that fado is, above all, a way of feeling.Nowadays, all types of fado, whether sung by professionals or by amateurs, have their own place to be heard - in ‘Retiros’, ‘Tpicos’ restaurants or ‘Casas de Fado’ (Fado houses), most of which operate as high standard restaurants.
The sound of the Portuguese guitar (a heart-shaped Portuguese lute) is an accomplice of the interpreter and those who listen cannot truly define their feelings.  It is also interesting to analyse the sounds coming from the Fado de Lisboa (CD1 track 16 and CD2 track 15) and the Fado de Coimbra (CD1 track 6 and CD2 track 8).  The viola (classical guitar) is always found accompanying the Portuguese guitar.  Fado’s accompanying groups usually comprise a first and a second Portuguese guitar, a viola and a bass viola.  Other instruments are sometimes added such as the accordion, saxophone, clarinet etc.  Today fado may be accompanied by large orchestras.  The actual musical structure has hardly evolved over the years and the traditional rule is that one composition may be used by a variety of writers.  This explains why the interpreter is often heard asking the musicians to play a particular theme (eg. Fado Mouraria, Fado Proença, Fado Corrido, etc.) and then sing alternative lyrics to the original one.On the other hand, the poets now have more freedom in their writing and no longer have to follow the traditional metres.In the present selection we may discover poets, musicians and interpreters from several generations.  Voices of various tones, forms and emotions, singing the same tune but with different poems show what is known as the ‘estilo’ (style) (CD1 tracks 11, 13, CD2 tracks 11, 14).  Each interpreter reveals his or her personal form of expression.  It is the style that is important and which defines a ‘Fadista’.  Today, as yesterday and as always, fado reunites the feelings of a nation.Quiet, please.  Now for some fado.
English adaptatio by Laure WRIGHT
© FRÉMEAUX & ASSOCIÉS/GROUPE FRÉMEAUX COLOMBINI SA, 2000
Strauss…
Falar da nossa Companhia é falar da concretização de um sonho do seu fundador e administrador - Armando Martins.Homem ligado à música e ao universo do disco desde 1969, seria em 1982 que, sob o inspirado nome dos grandes músicos bávaros “Strauss”, se iniciaria o percurso daquela que é hoje, sem sombra de qualquer dúvida, uma das mais prestigiadas Editoras de música e uma das mais apetrechadas redes de lojas de especialidade, quer a nível nacional como internacional. A “Strauss” or­­gu­lha-se de representar algumas das mais conceituadas editoras a nível mundial.Em 1989 a “Strauss” adquire o valioso espólio da casa “Sassetti”, uma editora fundada em 1848, e que na década de 70 deu voz à grande maioria dos que viriam a ser chamados “Cantores de Abril”. Acrescente-se ainda que entre tal arquivo constam preciosidades na área do disco falado, (entrevistas, textos, discursos e poesia) escritas e ditas pelos mais nobres nomes da literatura e das artes portuguesas. Actualmente tais obras estão a ser reeditadas sob a etiqueta “Strauss Palavras”.Apaixonado pela expressão lisboeta do fado, Armando Martins dedica a sua atenção aquela forma única de cantar-sentir e traz para a “Strauss Fado”, o passado e presente de compositores, autores, instrumentistas e interpretes de que este disco é um pouco o testemunho.Acompanhando a evolução dos tempos, das tendências e dos mercados, a “Strauss” lança--se internacionalmente com a sua etiqueta “Strauss Evolution” onde o valor dos sons é o veículo das sensibilidades e o contributo positivo para a divulgação universal da música como arte e espírito.Do sonho à realidade vai a força e o querer do homem e de quantos o seguem.No limiar do ano 2000 a “Strauss” prepara-se para continuar a ser, como se propôs, um bastião na defesa e promoção da música na cultura portuguesa.Assim Deus nos ajude.
Fado - Um poucode história e algo mais
Remonta ao séc. XII (1139) na Côrte do primeiro Rei de Portugal - Dom Afonso Henriques - o gosto pelas Artes e Letras. A constante influência duma Europa Cavaleira e Trovadoresca levaria também Portugal a formar a sua própria Escola de Poesia e a encontrar a estrutura inicial da sua literatura nacional. Por esses tempos nasceram então as “Chansó”, tendo por temas os mais variados assuntos, mas sobretudo falando da Côrte e das Damas, eram próprias dos Cavaleiros Fidalgos e o mais nobre género de canção constituida por “Tornada”. Hoje chamado de “Estribilho” - verso que se repete no fim de cada estância (ex: CD 1 pos. 1 e 3 ou CD 2 pos. 1).Igualmente a soldadesca tinha as suas canções com temas muito próprios - o “Sirvente”. Aqui descreviam-se os costumes da época ou enalteciam-se seus amos. Um dia os soldados seriam também marinheiros e veriam aparecer os mares, os horizontes e haviam de relatar epopeias, distâncias, ausências. A “Saudade” tinha então “assentado praça”, definitivamente no coração lusitano.Ainda hoje o Fado descreve, incansavelmente, os usos e costumes das gentes e dos bairros. Já não se dirige a amos mas, apaixonada, concreta ou abstractamente, canta as pedras, as esquinas, as vielas, as noites, os dramas e alegrias da luz e da sombra. Histórias de Touradas, romances de Fadistas e Marialvas. É o “Fado Descritivo” (CD 1 pos. 2, 3,12,18 e CD 2 pos. 4, 6, 10, 11, 17, 18).
Chamamos a particular atenção para o tema 12 do CD 1 onde se revivem os ainda recentes “Pregões de Lisboa”.Havia ainda outros géneros que enraizados nos costumes chegaram até aos nossos dias. Disso são exemplo os “Contenses” e “Tourneyment”, que hoje chamamos de “Desgarrada” cantiga em despique improvisado, cujos intervenientes se desafiam em termos e momentos que muitas vezes escapam à audiência, mas de que esta também pode participar.As “Desgarradas” são mais usadas nos Retiros de “Fado Vadio”, isto é, “Fado Amador” - o Fado que se canta, gratuitamente, por devoção e paixão!O “Plang” era uma canção de lamento: Ora “Cantiga de Amigo” geralmente dirigido da mulher para o homem (CD 1 pos. 7, 9, 11, 13, 15, 17 e CD 2 pos. 1, 3, 12, 16) ora “Cantiga de Amor” cantada do homem para a mulher (CD 1 pos. 5, 8, 10, 14 e CD 2 pos. 2).Haviam ainda as “Cantigas de Escárnio e Mal-Dizer” (CD 2 pos. 13).Sendo o português um universalista de pensamento e prática, multiplicando-se nos povos com que se cruzou, seria fatal que no seu “canto” não comungassem as “mornas”, as “lunduns”, as “modinhas”, etc., numa mescla multicultural que, enriquecendo o fio condutor do seu sentimento Luso (já ele de origem provençal também marcado, ao longo de séculos, pelo langor árabe) o conduzisse à realização da estrutura poética-musical com que se começa a escutar o Fado nos finais do século XIX. O Fado tem passado ao longo dos tempos por fases bem distintas. Habitou bairros marginalizados e casas de duvidosa frequência. Também se confrontou com a opressão e a injustiça (CD 2 pos. 13).
Os seus poetas populares, numa linguagem simples, não deixaram de ser arautos em “beco escuro” para denunciar perse­guições e amores ilícitos.Frequentou salões de nobreza e como algo exótico foi desfrutado. Contudo, esta aproximação havia de ser benéfica para ambas as partes. Uns iriam reencontrar a alma que lhes deu origem e os outros, responsabilizando-se, desenharam o seu espaço, aprumaram suas vestes e começaram a exigir outro saber. Para o Fado foram então recrutados outros Poetas: Camões, Florbela, David...Disputado com fervoroso bairrismo quer por Lisboa Fado de Lisboa – quer por Coimbra (Cidade Univer­sitária) Fado dos Estudantes de Coimbra – (CD 1 pos. 5 e CD 2 pos. 9), o Fado con­serva, ao fim de oito séculos, as suas raízes.Fiel ao sentimento do povo, ele sai do folclore para se tornar expressão nacional.Não somos historiadores. Nem aqui viria ao caso. Apenas desejamos dar um pequeno contributo para que nos conheçam melhor. Até hoje não se esgotaram as teses, opiniões e debates. Eis porque o Fado está vivo.Nestes dois compact disc procuramos exprimir todos os sentimentos por onde passa e vive o Fado: mulheres e homens, amadores e profissionais, de diferentes classes sociais e académicas, em estúdio ou ao vivo, num percurso de gravações cujas composições recuam a mais de 50 anos.     Acreditamos que o mesmo sentir que acompanhou a gesta portuguesa desde o alvor da sua nacionalidade, com mais ou menos influências nos ritmos e nos cantos, continua presente.Ninguém no mundo saberá melhor sentir ou descrever SAUDADE como num FADO um PORTUGUÊS!
Ambientes, Interpretes e Estilo
Diz o povo na sua singular sabedoria: “Não é Fadista quem quer, mas sim quem nasceu Fadista!”“Fadista” diz-se do interprete de Fado que canta com “alma”, independentemente da sua origem territorial, sexo ou idade (CD 1 pos. 5).Sabemos quão peculiar é esta forma de canto e quanta “raça” se exige a um/uma interprete até se lhe poder chamar, com orgulho bairrista, “Fadista de Raça”.Sempre existiram grandes “Fadistas” para o Fado. Creio mesmo que estariam sempre de acordo com as épocas e ambientes em que viveram.Desde Maria Cesária e Severa (mãe e filha, na primeira metade do século XIX) até aos nossos dias (Amália) muitos foram os nomes femininos e masculinos, nobres e plebeus, de vozes urbanas ou rústicas, vindos das grandes cidades do litoral ou do interior, das aldeias ou das ilhas, que arrebataram com os seus poemas eruditos ou populares, numa mensagem transcendente, a nossa alma Lusa e nómada.Da “Fadista” espera-se que ostente o seu xaile negro, bem franjado e de três pontas, sobre os ombros. Que use a expressão do rosto e o movimento das mãos para sublinhar o dramatismo das palavras ou encaminhar o sentido subjectivo e intencional dos temas (foto 1). Ao interprete masculino pouco se exige. Outrora, porém, era hábito cantar o Fado com ambas as mãos nos bolsos das calças numa atitude provocatória ou dominadora (foto 2).Actualmente este jeito está em desuso dando lugar a outra prática também comum às interpretes femininas: colocar as máos sobre os ombros dos músicos acompanhantes e com pequenas pressões da ponta dos dedos,dar-lhes sinais sobre as paragens, avanços ou ritmo no andamento adoptado (foto 3).
Porém, uma coisa é certa. Com rarissimas excepções, todos os Fadistas cantam com olhos semi-cerrados, numa concentração, por vezes dolorosa, que nos leva a concluir que o Fado é, acima de tudo, uma forma de sentir.Hoje em dia todos os tipos de Fado – profissional ou amador – têm o seu local próprio para serem escutados. Chamam-se “Retiros”, “Restaurantes Típicos” ou “Casas de Fado”, na sua maioria funcionando como restaurantes de superior categoria. O Fado que era escutado nas Tascas dos Bairros de Alfama, Mouraria ou Bairro Alto, pode agora ouvir-se sob a luz morna, intima e controlada, em secreto silêncio, longe dos tempos da “má fama” ou dos “rufias”.Ajustado ao canto encontra-se a Guitarra Portuguesa (alaúde português em forma de coração!) cujo som táo intimamente cúmplice do interprete faz com que aqueles que a escutam não saibam definir o que realmente sentem (foto 4).Também as guitarras discutem os sons que se atribuem ao chamado “Fado de Lisboa” (CD 1 pos. 16 e CD 2 pos. 15) e “Fado de Coimbra” (CD 1 pos. 6 e CD 2 pos. 8). Acompanhando a Guitarra Portuguesa está sempre presente a viola ( guitarra universal). Os conjuntos musicais para acompanhamento do Fado, são normalmente, compostos por primeira e segunda guitarras portuguesa, uma viola e uma viola baixo.Contudo, a esta formação, já têm sido subtraídos elementos e adicionados outros, como acordeão, saxofone, clarinete, etc. Mais modernamente o Fado tem sido acompanhado por grandes orquestras.
Em termos de construção musical dir-se-ia que o Fado pouco evoluiu, pois tradicionalmente mantém a regra de uma mesma composição servir a variados autores. Por este motivo é frequente ouvir-se o interprete solicitar aos músicos o tema (ex.: Fado Mouraria, Proença, Corrido, etc.) e cantá-lo com um poema diverso daquele para que o mesmo originalmente foi escrito ( CD 1 pos. 4, 6, 11, 13, 16 e CD 2 pos. 4, 8, 11, 13).O mesmo não se pode dizer dos poetas. Durante muito tempo, é verdade, cingiram-se à métrica “imposta” (quadras simples, quintilhas, sextilhas, alexandrinos) mas presentemente a forma poética é mais livre, e por assim dizer “arrastou” a nova geração de compositores que, não fugindo da linha melódica do “Fado Tradicional”, têm sabido evoluir.Seleccionamos poetas, músicos e interpretes de várias gerações. Vozes de todos os timbres, formas e emoções que, cantando a mesma melodia em poemas diferentes, mostram o que chamamos de “Estilo” (CD 1 pos. 11, 13 e CD 2 pos. 11, 14).Cada interprete “cria” a sua forma de dizer e aliando-a à palavra no contorno melódico da sua intima expressão de sentir, ele/a dá-nos a justa medida da sua entrega. O estilo valoriza e define um/uma “Fadista”.Hoje como ontem - e sempre - o “Fado” contem em si todo o sentimento dum Povo cujo horizonte é tão infinito e imaterial como o seu espírito!
Silêncio, vamos escutar o Fado.
Maria de Lourdes DeCarvalho
© STRAUSS - FRÉMEAUX & ASSOCIÉS/GROUPE FRÉMEAUX COLOMBINI SA, 2000
FADOS 1950 - 1999
Músicos
Guitarra Portuguesa
Fontes Rocha, Nobre Costa, António Parreira, António Chaínho, Ricardo Rocha, Carlos Macedo, Carlos Gonçalves, Francisco Carvalhinho, Anadias, Moreirinhas, Arménio Assis e Santos, António Moniz Palme.
Viola (Guitarra universal)
Francisco Perez Andion, Carlos Macieira, José Maria Nóbrega, Jaime Santos Junior, Jaime Martins, Francisco Gonçalves, Fernando Alvim , Manuel Martins, Júlio Gomes, Mário Araújo Ribeiro e Manuel Campos Costa.
Viola-Baixo
Joel Pina, Raul Silva, José Vilela, Pedro Machado, Luís Sarmento.
Produção, Concepção e Textos: Maria de Lourdes DeCarvalho
Consulta: “Fado, origens líricas e motivação poética”,de Prof. Dr. Mascarenhas Barreto.
Remasterização: Jorge D’Avillez e R. Vieira da Silva.
Estúdios: Strauss Studio, Lisboa
Fotografia: Francisco Nunes
Agradecimentos: Restaurantes Típicos “O Faia” e “Adega Machado”, Bairro Alto, Lisboa; “Senhor Vinho”, Bairro da Madragoa, Lisboa; “Clube de Fado”, Bairro de Alfama, Lisboa.
CD 1
1. LISBOA E O TEJO.
Maria  Armanda,      2’41
(Mário Raínho / Fontes Rocha)     
2. A VIELA.
Manuel Cardoso Menezes       3’43
(Guilherme Pereira da Rosa / Cravo)        
3. MEU BAIRRO ALTO.
Ana Rosmaninho     2’57
(Frederico de Brito / Carlos Rocha)       
4. VOCAÇÃO FADISTA.
Maria Amélia     3’39
(Manuel dos Santos / Dois Tons) - Desgarrada  
5. SUGESTÃO.
Napoleão Amorim     3’57
(Felisberto Ferreirinha / Arr. Assis e Santos) - Coimbra     
6. VALSA.
Guitarrada (Coimbra)          2’46
(A. Andias / D. Moreirinhas)        
7. O MEU ROSÁRIO.
Maria Leopoldina da Guia    3’13
(D.R. / Perseguição)   
8. CAIS DO DESENCONTRO.
Norberto Martinho  3’01
(Fernando Lito / Franklin)    
9. AQUELA QUE TE AMOU.
Rosa de Jesus  2’12
(D.R. / Miguel Ramos)      
10. ALTA RODA.
Júlio da Silva Ribeiro      3’10
(António José / Nóbrega e Sousa)      
11. ESPERANÇA MORTA.
Carolina Tavares          2’04
(Maria de Lourdes DeCarvalho / Zé Negro)
12. FADO RECORDADO.
Dom Heitor de Vilhena          3’40
(Carlos Alberto França)
13. COISAS DO NOSSO AMOR.
Maria Armanda       2’04   
(Mário Raínho / Zé Negro)  
14. CAMA VAZIA.
Manuel Fria  2’59
(João Imaginário / Cigano)  
15. TRÊS VOZES.
Maria Dilar,        2’34
(Maria de Lourdes DeCarvalho / António Chaínho)
16. BAILADO DO FADO.
Guitarrada (Lisboa)   2’58
(Francisco Carvalhinho)    
17. PARTIR É MORRER UM POUCO.
Maria Leopoldina da Guia  2’22
(António Santos / Dr. Mascarenhas Barreto)
18. NA IMENSIDÃO ALENTEJANA.
João Casanova          2’35
(Américo Patela / Rebocho Lima)
CD 2
1. SOMOS AMOR.
Maria Dilar 3’38
(Carlos Macedo / Helder Moutinho)
2. AMOR É FADO.
Norberto Martinho      2’31
(Lopes Victor / Fernando Manuel)
3. MEU NOME DE LAMENTO.
Carolina Tavares          2’39
(Jaime Santos / Maria de Lourdes DeCarvalho)
4. ÚLTIMA CORRIDA EM SALVATERRA.
Manuel Cardoso Menezes   4’22
(D.R. / Meia-Noite)
5. FADISTA DE RAÇA.
Maria AmÉlia       2’06
(Manuel dos Santos /Rosita)
6. UM FADISTA JÁ CANSADO.
Manuel DomingoS    3’05
(Popular / Corrido)
7. MALVA-ROSA.
Ana Rosmaninho          2’05
(José Inácio / Linhares Barbosa)
8. MELODIA N° 2.
Guitarradas            2’01
(Coimbra), (A. Andias / D. Moreirinhas)
9. SANTA CLARA.
Napoleão Amorim   4’34
(Angelo Araújo / Arr. A. Moniz Palme)
10. A CIDADE.
Maria Armanda        3’54
(Ary dos Santos / N. Nazareth Fernandes)
11. LENDA DE OFIR.
Dom Heitor de Vilhena    3’28
(D. José António Sabrosa / H. Costa Ferreira)
12. DOIS IMPOSSIVEIS.
Carolina Tavares        2’48
(Maria de Lourdes DeCarvalho/Julio Proença)
13. REQUIEM POR UM MORGADO.
João Casanova       3’01
(João Dias / Mouraria)
14. PINTADINHO.
Rosa de Jesus          3’13
(Popular / Pintadinho)
15. RAPSODIA POPULAR.
Guitarradas (Lisboa)         5’25
(Francisco Carvalhinho)
16. NÃO SEI QUE NOME DÁS AO MEU AMOR.
MARIA DILAR     2’24
(Miguel Ramos / Maria de Lourdes DeCarvalho)
17. FORA DE PORTAS.
Carlos Caseiro  1’42
(Maria da Conceição Piedade/Manuela Azambuja)
18. NOVO FADO DE ALCOCHETE.
Maria Leopoldina da Guia          2’50
(Constantino Menino / Arr. M. Leopoldina da Guia)
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